OLÁ AMIGOS ! ESTE BLOG FOI CRIAD0 COM O OBJETIVO DE PRESERVAR A CULTURA DO ANTIGOMOBILISMO ENTRE OS ADMIRADORES DE CARROS ANTIGOS QUE, CERTAMENTE, DE ALGUMA FORMA FIZERAM PARTE DA VIDA DE MUITAS GERAÇOES E PROPICIA UM ENTRETENIMENTO AGRADAVEL E UMA OPORTUNIDADE DE FAZERMOS NOVOS AMIGOS,CURTIR EVENTOS, PASSEIOS,CONFRATERNIZAÇOES E PRINCIPALMENTE DISSEMINAR CONHECIMENTOS E HISTORIAS DESTES FANTÁSTICOS VEÍCULOS. UM ABRAÇO!

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

DICAS PARA O ANTIGOMOBILISTA





Dez dicas para não se frustrar com o antigomobilismo

LUIS AUGUSTO MALTA 26 JANEIRO, 2014 110
Dez dicas para não se frustrar com o antigomobilismo
Você é um antigomobilista convicto. Cuida do seu possante com todo amor e carinho. Liga o bichinho de três em três dias, leva para lavar pelo menos uma vez por semana, dá uma voltinha no quarteirão para dar uma movimentada e não deixar os pneus quadrados. Uma vez por mês, vai ao encontro do clube. Mas, na hora de uma esticada para aquele encontro tão esperado no sabadão ensolarado ele parece… como dizer… infiel, temperamental, ingrato. O motor não dá marcha lenta, falha a toda hora, não lhe inspira confiança para uma esticadas. Pior: quando você mesmo vai fazer uma inspeção mais minuciosa, percebe pontos de ferrugem que surgiram sabe-se lá como. E, alguns anos depois daquela restauração que tanto esforço (e dinheiro) te custou, ele não parece mais ter aquela aparência tão bacana.
Pois é, caro amigo, o panorama acima é muito comum entre neófitos e mesmo entre os adeptos do antigomobilismo mais experientes. Por que isso acontece? Será que esses mesmo carros, quando eram novos, eram assim tão frágeis e problemáticos?
Meu primeiro carro foi um Fusca 1300 1969. Isso em 1995, quando ele era apenas um carro velho e longe de ser um exemplo de boa conservação. Posso testemunhar que usei esse Fusca diariamente durante quase seis anos e foram raras, raríssimas as vezes em que ele me deixou na mão. Mas, depois da restauração…
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Assim, baseado no que fui aprendendo em vinte anos de convivência com antigos, separei alguns “mandamentos” para que um grande barato não se torne uma grande frustração. Não são regras absolutas, cada um vai adaptando-as à sua realidade, mas são uma “filosofia” desenvolvida com a experiência. Espero que façam bom proveito!

1) Tenha um bom mecânico

Esta primeira regra parece óbvia, mas é preciso tempo, paciência e algum conhecimento para garimpar um bom profissional, sempre lembrando que um mecânico que sabe acertar um Fusca como ninguém, nem sempre vai ter a mesma “mão” para mexer em um Opala. E lembrando também que, mesmo que ele seja bom de serviço (e de papo), é preciso que haja lisura na relação comercial. Aqui em Belo Horizonte há relatos folclóricos de mecânicos que são verdadeiros magos para determinado tipo de motor, mas que, além de careiros, costumam cobrar dos incautos por peças que nunca foram trocadas ou serviços que não foram executados. Converse muito até filtrar um bom profissional – felizmente, ainda os há, aos montes.

2) Procure conhecer a fundo o seu carro

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Se o seu carro tem algum problema recorrente, procure entender o que está acontecendo até conseguir uma solução convincente para o caso ou ele te frustrará impiedosamente. Usando um exemplo do livro “Dodge, Histórias de uma Coleção” do Alexandre Badolato, o carburador DFV do seu primeiro Dodge Le Baron vivia encharcando, não importava quantos reparos ele mandasse trocar. Hoje ele sabe que, provavelmente, o problema estava em uma base empenada, mas foram muitos dissabores até que entendesse isso. São coisas que, não tem jeito, só a experiência traz.

3) Instale uma chave geral

Esse item simples e barato (sequer chega a R$ 100) costuma ser desprezado pelos neófitos que, ao mesmo tempo torram uma grana com acessórios e penduricalhos de gosto e autenticidade duvidosos. Além de preservar sua bateria e dificultar a vida dos ladrões, a chave geral pode salvar o seu carro em um princípio de incêndio, por exemplo. Para raids e ralis de carros antigos, sua instalação é obrigatória. Minha preferência é por aquelas de rosca que cortam a bateria já na primeira volta e que podem ser totalmente removidas se você precisar estacionar em um local onde não se sinta inteiramente seguro.

4) Compre uma boa capa

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Mesmo que você tenha uma garagem fechada, é a capa que vai proteger seu carro de poeira, de fezes de pequenos animais, de unhas de felinos, de travessuras de crianças que porventura tenham acesso ao local e mesmo de olhares mal intencionados. Nunca é demais lembrar que é cada vez mais comum o furto de carros antigos de dentro das garagens onde habitam. Portanto, quanto menos chamar a atenção, melhor. Mas passe longe dessas capas baratinhas de nylon ou plástico. Mande fazer uma sob medida com feltro bem grosso e pesado para proteger, de fato, o possante até mesmo de portadas em garagens mais estreitas. Existem modelos e materiais para garagens fechadas (sem sol e umidade) e abertas, fique atento.
Importante: depois de rodar em um dia ensolarado, espere a chapa esfriar um pouco antes de cobri-la com a capa, para evitar risco de manchas na pintura. Também nunca cubra o seu carro úmido. Por fim, se sua garagem é aberta (ou meio coberta), evite a todo custo deixá-lo coberto no sol após uma chuva. As consequências para a pintura poderão ser trágicas.

5) Não lave seu carro exageradamente

Por melhor que tenha sido uma restauração, ou mesmo em um carro de mais de 30 anos que nunca foi desmontado, sempre há uma frestinha, um buraquinho, uma borracha vedando mal. Portanto, se você lava seu carro com freqüência, a chance de acumular água e, em pouco tempo, aparecer sinal de ferrugem, se multiplica. Melhor é usar sistematicamente a capa do item anterior e lavar o carro o mínimo possível. No meu caso, devo lavá-los umas duas ou três vezes por ano. Assim, no dia do “banho”, não economize. Shampoo e cera da melhor qualidade, tratamento para cromados e silicone no painel são ítens básicos. E, deixá-lo esturricando no sol por pelo menos uma hora, protegendo o painel e o volante, é fundamental.

6) Não fique ligando o seu carro

Este é certamente o pior hábito que um antigomobilista pode ter, independentemente da marca do seu veículo. O argumento para funcionar o possante com freqüência, por uns 10 minutos, costuma ser o de não deixar a bateria descarregar, mas se você cumpriu a regra 3, isso não faz sentido. Ligar o carro semanalmente ou levá-lo para uma voltinha no quarteirão não é suficiente para lubrificar o motor, que sofre um desgaste terrível justamente quando funciona abaixo da temperatura ideal e os anéis não vedam direito. Sem falar que os primeiros instantes em que o motor liga são muito agressivos aos anéis, bronzinas, cilindros, comando e tuchos, pois o óleo leva alguns segundos até pressurizar e formar o filme lubrificante nos componentes.
Além disso, a mistura de água, enxofre e outros resíduos presentes nos combustíveis e lubrificantes forma ácido sulfúrico, que é letal para o motor. Para dissipar esse ácido, só rodando bastante com o carro a cada vez que é ligado depois de algumas semanas de inatividade. Os americanos estabelecem, para isso, a regra das 6 milhas (ou 10 km, aproximadamente) para eliminar a mistura tóxica das partes internas do motor. Assim, não importa muito quanto tempo o carro fica desligado (desde que não seja por anos a fio, claro!), o importante é procurar rodar bastante com ele a cada vez que funcionar. Você se surpreenderá também com a docilidade do seu carburador, que vai entupir e engasgar bem menos se você passar a cumprir essa regra.

7) Atenção aos pneus

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Pneus velhos, mesmo aparentemente em bom estado, são um perigo para a integridade do seu carro e para a sua segurança. Se seu carro usa pneus de medidas difíceis de encontrar, talvez seja interessante adquirir um outro conjunto de rodas com pneus modernos e deixar os pneus velhos só para exposições.

8) Evite ter muitos carros

Claro que essa regra só tem valor se você tiver o antigomobilismo por hobby. Se quiser fazer disso um negócio, a história é outra. Mas se a idéia é só curtir, costuma ser preferível ter um ou dois carros excelentes do que meia dúzia de carros “quase bons”. Se o seu antigo ainda não está impecável do ponto de vista estético e mecânico, procure resistir à tentação de adquirir outros apenas para aumentar a coleção. Enquanto ela crescerá em progressão aritmética, os custos e a logística de manutenção se complicam em progressão geométrica.

9) Defina a proposta do seu carro

Você quer usar seu carro com muita freqüência, como ir ao trabalho de vez em quando, fazer passeios de fim de semana e frequentar encontros de antigos assiduamente? Conforme-se com a idéia de que terá que conviver com pequenas imperfeições. Quer ter um carro digno de prêmio em exposições como Araxá? Tenha em mente que seu uso será muito limitado. Quer um carro antigo como veículo principal para o dia-a-dia? Saiba que, a não ser que você não precise do carro para trabalhar, em breve, não haverá uma peça de coleção que faça jus a essa denominação em sua garagem. Melhor ter esse raciocínio em mente do que ficar com a sensação de que, em vez de ser o dono do carro, o carro é que é o seu dono.

10) Valorize o que você tem em mãos

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Você tem um Opala 4 cilindros, mas seu sonho é um Dodge V8? Gostaria de ter um Fusca Split-Window, mas só deu para adquirir um exemplar dos anos 70? Anda de Puma sonhando com um Corvette? Independentemente das suas ambições, o que importa é que o prazer que o automóvel antigo te dá será proporcional ao seu envolvimento com ele. Não deixe de cuidar do seu carro, de investir nele, de estudar sua história e de entender suas manhas pensando no “próximo”. A atitude do antigomobilista é muito mais importante do que no modelo que ele ostenta em sua garagem.
Por Luis Augusto Malta, antigomobilista

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